segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Bolsa-Silêncio
A nossa geração corria atrás
A nossa geração pintava as caras
A nossa geração fazia passeata
E a nova geração não faz é nada
[irônico e irado]
Ociosa e gorda como uma porca
A prole burguesa agora é imensa
E não entende nada de nada
Nem tem vontade de mudar coisas erradas
Assiste as florestas sendo cortadas
E matas virgens sendo queimadas
A fumaça escura não arde aos olhos
Quando vista numa TV de 40 polegadas
E ninguém liga de pagar tanto imposto
Porque o salário deu uma engordada
O crédito é o limite e a geladeira é nova
Adoram status com economia endividada
E um palhaço está no planalto
Acham engraçado ele não fazer nada
Jogam ao ralo os investimentos do povo
Nossas crianças comem merenda estragada
E dizem que o problema não é nosso
Gastam água rara lavando suas privadas
Ninguém reclama e a àgua é tão cara
E tão poluída e pouco renovada
Os velhos morrem em filas de hospitais
O sistema de saúde é vergonha escrachada
Mas os jovens são tão jovens e idiotas
Só reconhecerão o problema com a idade avançada
E ninguém mais sonha com o dia
Em que a justiça prevaleça finalmente
São como gado de olhos fechados
Na fila do abate seguindo em frente
Porque ninguém está gritando?
Porque ninguém quer mudar nada?
Recebendo suas bolsas-auxílio
Ganhando um trocado para não reclamar
Vivemos numa guerrilha urbana
Presos em nossas próprias casas
Mas o Brasil é o país do futuro
E preocupação é uma coisa muito vaga
Maldito comodismo irresponsável
Gostam da bagunça estimulada
Na terra da felicidade
Se melhorar estraga
[realista e frustrado]
A nossa geração corria atrás
A nossa geração pintava as caras
A nossa geração fazia passeata
E a nova geração não faz é nada
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Still Remains
Our bed we live, our bed we sleep
Making love and I become you
Flesh is warm with naked feet
Stabbing thorns and you become me
Oh, I'd beg for you.
Oh, you know I'll beg for you.
Pick a song and sing a yellow nectarine
Take a bath, I'll drink the water that you leave
If you should die before me
Ask if you can bring a friend
Pick a flower, hold your breath
And drift away...
She holds my hand we share a laugh,
Slipping orange blossom breezes
Love is still and sweat remains
A cherished gift unselfish feeling...
Oh, I'd beg for you.
Oh, you know I'll beg for you.
Pick a song and sing a yellow nectarine
Take a bath, I'll drink the water that you leave
If you should die before me
Ask if you can bring a friend
Pick a flower, hold your breath
And drift away...
She tells me things, I listen well
Drink the wine and save the water
Skin is smooth, I steal a glance
Dragon flies "er" gliding over...
Oh, I'll beg for you.
Oh, you know I'll beg for you.
Pick a song and sing a yellow nectarine
Take a bath, I'll drink the water that you leave
If you should die before me
Ask if you can bring a friend
Pick a flower, hold your breath
And drift away...
[Stone Temple Pilots]
Making love and I become you
Flesh is warm with naked feet
Stabbing thorns and you become me
Oh, I'd beg for you.
Oh, you know I'll beg for you.
Pick a song and sing a yellow nectarine
Take a bath, I'll drink the water that you leave
If you should die before me
Ask if you can bring a friend
Pick a flower, hold your breath
And drift away...
She holds my hand we share a laugh,
Slipping orange blossom breezes
Love is still and sweat remains
A cherished gift unselfish feeling...
Oh, I'd beg for you.
Oh, you know I'll beg for you.
Pick a song and sing a yellow nectarine
Take a bath, I'll drink the water that you leave
If you should die before me
Ask if you can bring a friend
Pick a flower, hold your breath
And drift away...
She tells me things, I listen well
Drink the wine and save the water
Skin is smooth, I steal a glance
Dragon flies "er" gliding over...
Oh, I'll beg for you.
Oh, you know I'll beg for you.
Pick a song and sing a yellow nectarine
Take a bath, I'll drink the water that you leave
If you should die before me
Ask if you can bring a friend
Pick a flower, hold your breath
And drift away...
[Stone Temple Pilots]
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Chovisco
Chuva fina pela janela
Céu escuro e nublado
Café amargo esfriando
Minha mente está tranquila
E meu corpo também fica
Em frescor não transpira
Dia cinza de silêncio
Friorentos encolhidos
E eu de peito aberto
Respingos no meu rosto
Refrescam minha alma
E eu me sinto novo
Eu prefiro os cinzentos dias de chuva
Aos claros e quentes dias de sol
Céu escuro e nublado
Café amargo esfriando
Minha mente está tranquila
E meu corpo também fica
Em frescor não transpira
Dia cinza de silêncio
Friorentos encolhidos
E eu de peito aberto
Respingos no meu rosto
Refrescam minha alma
E eu me sinto novo
Eu prefiro os cinzentos dias de chuva
Aos claros e quentes dias de sol
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Despertar: Florence
Só mais um dia de trabalho como qualquer outro, e agora estava finalizado. Ela estava caminhando distraída pelo centro da cidade, como de costume, enquanto ouvia Annie Lennox no seu iPod. A tarde caía com pressa, e as luzes dos postes já destacavam os muros pichados ao seu redor.
Precisava comprar umas aspirinas, e andou calmamente até a farmácia mais próxima. Aproveitaria para comprar algumas pastilhas de hortelã. Ao adentrar a farmácia, sentiu um calafrio que gelou a base de sua espinha. Julgou tratar-se de um sinal de resfriado, e continuou caminhando até o balcão.
Ela não sabia, mas o abominável já estava à espreita. Começou a seguir seus passos desde o começo do dia, camuflando-se entre a multidão enlouquecida e cega do centro urbano. Ele sentiu que havia ali algum sinal de fraqueza, o que era muito importante, pois debilitado como estava não seria páreo para ninguém. A vítima precisava atender aos seus requisitos, e ela era perfeita para ele.
Ela saiu com pressa, pois estava a ponto de perder um dos poucos ônibus que a deixaria em casa. Resolveu seguir por um atalho, numa rua paralela à avenida principal, um ponto de carga e descarga de suprimentos, na qual não trafegavam muitos veículos. Não era muito iluminada, mas sentiu-se impelida a caminhar por ali. E logo à frente, encostado num poste, ele aguardava sua passagem. O sujeito interrompeu seu trajeto com muita delicadeza. Educadamente, ele a questionou sobre como chegar num dos bairros periféricos, pois era um turista e estava perdido. Ela então solicitou ao tal que a seguisse, pois estava a caminho do terminal rodoviário, que não ficava muito loge dali.
E quando ambos caminhavam por entre as ruas cobertas de penumbra, foi quando ele à amaldiçoou. Tudo foi muito rápido e discreto. Agarrou a mulher pelos cabelos e atacou com seus dentes próximo à sua nuca. Suas mãos abafavam os ruídos que a mulher tentava emitir com sua boca, enquanto ele sorvia cada preciosa gota de sangue que jorrava da ferida aberta. Tudo muito rápido.
Ela acordou num quarto de hospital. Estranhamente não sentia dor nenhuma, e um frio intenso emanava do seu tórax. Não lembrava mais do gosto das frutas, nem dos rostos de seus familiares. Sentia apenas um vazio profundo que parecia corroer sua alma.
Ouviu alguém se aproximando de sua cama, e fingiu dormir. Uma enfermeira morena entrou em seu quarto trazendo uma refeição. Ela então foi movida por um desejo absurdo, e acenou para a enfermeira, que trazia em suas mãos um prato do que parecia ser comida, enquanto caminhava em sua direção.
O médico plantonista ouviu um estranho ruído que vinha do quarto noventa e um. Foi até lá e, ao abrir a porta, encontrou um prato entornado de sopa, sobre o cadáver fresco da enfermeira Luísa. Estranhamente a janela estava aberta. Foi até o parapeito e olhou para baixo. Não havia nada de estranho do nono andar, onde estava o quarto, até o térreo. Aos pés da cama, o prontuário de uma paciente mulher não identificada.
...
Ela não saberia dizer como conseguiu saltar de um ponto tão alto. Seus instintos estavam cada vez mais aguçados, e tudo parecia tão simples e possível, trazendo à tona sentimentos encorajadores e assustadores. Uma estranha sensação de curiosidade indicava que ela deveria visitar a zona portuária, e para lá ela estava indo.
Ainda não lembrava de seu nome, mas um nome em um outdoor trouxe à ela uma inspiração. Por hora atenderia por Florence.
Precisava comprar umas aspirinas, e andou calmamente até a farmácia mais próxima. Aproveitaria para comprar algumas pastilhas de hortelã. Ao adentrar a farmácia, sentiu um calafrio que gelou a base de sua espinha. Julgou tratar-se de um sinal de resfriado, e continuou caminhando até o balcão.
Ela não sabia, mas o abominável já estava à espreita. Começou a seguir seus passos desde o começo do dia, camuflando-se entre a multidão enlouquecida e cega do centro urbano. Ele sentiu que havia ali algum sinal de fraqueza, o que era muito importante, pois debilitado como estava não seria páreo para ninguém. A vítima precisava atender aos seus requisitos, e ela era perfeita para ele.
Ela saiu com pressa, pois estava a ponto de perder um dos poucos ônibus que a deixaria em casa. Resolveu seguir por um atalho, numa rua paralela à avenida principal, um ponto de carga e descarga de suprimentos, na qual não trafegavam muitos veículos. Não era muito iluminada, mas sentiu-se impelida a caminhar por ali. E logo à frente, encostado num poste, ele aguardava sua passagem. O sujeito interrompeu seu trajeto com muita delicadeza. Educadamente, ele a questionou sobre como chegar num dos bairros periféricos, pois era um turista e estava perdido. Ela então solicitou ao tal que a seguisse, pois estava a caminho do terminal rodoviário, que não ficava muito loge dali.
E quando ambos caminhavam por entre as ruas cobertas de penumbra, foi quando ele à amaldiçoou. Tudo foi muito rápido e discreto. Agarrou a mulher pelos cabelos e atacou com seus dentes próximo à sua nuca. Suas mãos abafavam os ruídos que a mulher tentava emitir com sua boca, enquanto ele sorvia cada preciosa gota de sangue que jorrava da ferida aberta. Tudo muito rápido.
Ela acordou num quarto de hospital. Estranhamente não sentia dor nenhuma, e um frio intenso emanava do seu tórax. Não lembrava mais do gosto das frutas, nem dos rostos de seus familiares. Sentia apenas um vazio profundo que parecia corroer sua alma.
Ouviu alguém se aproximando de sua cama, e fingiu dormir. Uma enfermeira morena entrou em seu quarto trazendo uma refeição. Ela então foi movida por um desejo absurdo, e acenou para a enfermeira, que trazia em suas mãos um prato do que parecia ser comida, enquanto caminhava em sua direção.
O médico plantonista ouviu um estranho ruído que vinha do quarto noventa e um. Foi até lá e, ao abrir a porta, encontrou um prato entornado de sopa, sobre o cadáver fresco da enfermeira Luísa. Estranhamente a janela estava aberta. Foi até o parapeito e olhou para baixo. Não havia nada de estranho do nono andar, onde estava o quarto, até o térreo. Aos pés da cama, o prontuário de uma paciente mulher não identificada.
...
Ela não saberia dizer como conseguiu saltar de um ponto tão alto. Seus instintos estavam cada vez mais aguçados, e tudo parecia tão simples e possível, trazendo à tona sentimentos encorajadores e assustadores. Uma estranha sensação de curiosidade indicava que ela deveria visitar a zona portuária, e para lá ela estava indo.
Ainda não lembrava de seu nome, mas um nome em um outdoor trouxe à ela uma inspiração. Por hora atenderia por Florence.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Lettera
Volevo dirti quello che
non sono riuscita a dire mai
ed ho tenuto chiuso in me
da troppo tempo ormai
ma c'è un amore che non so
più nascondere perché
adesso ha bisogno anche di te
Volevo dirti solo che
sei sempre tu la mia allegria
che quando parli insieme a lei
diventa folle gelosia
per tutto quello che mi dai
anche quando non lo sai
questo io volevo dire a te
Di come quando non ci sei
io mi perdo sempre un po'
e poi mi accorgo che non so
più divertirmi senza te
invece quando stai con me
anche il grigio intorno a noi
si colora della vita che gli dai
Com'è difficile
dire tutto questo a te
che d'amore non parli mai
non ne parli mai con me
Forse perché
hai paura come me
di una risposta che
ancora tu non sai qual è
Volevo dirti quello che
non sono riuscita a dire mai
ed ho tenuto chiuso in me
da troppo tempo ormai
ma c'è un amore che non so
più nascondere perché
adesso ha bisogno anche di te
[Cheope e Marco Marati]
non sono riuscita a dire mai
ed ho tenuto chiuso in me
da troppo tempo ormai
ma c'è un amore che non so
più nascondere perché
adesso ha bisogno anche di te
Volevo dirti solo che
sei sempre tu la mia allegria
che quando parli insieme a lei
diventa folle gelosia
per tutto quello che mi dai
anche quando non lo sai
questo io volevo dire a te
Di come quando non ci sei
io mi perdo sempre un po'
e poi mi accorgo che non so
più divertirmi senza te
invece quando stai con me
anche il grigio intorno a noi
si colora della vita che gli dai
Com'è difficile
dire tutto questo a te
che d'amore non parli mai
non ne parli mai con me
Forse perché
hai paura come me
di una risposta che
ancora tu non sai qual è
Volevo dirti quello che
non sono riuscita a dire mai
ed ho tenuto chiuso in me
da troppo tempo ormai
ma c'è un amore che non so
più nascondere perché
adesso ha bisogno anche di te
[Cheope e Marco Marati]
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Portal dos sonhos
A dor de cabeça passou por alguns instantes, e então ele decidiu que era hora de acordar. As pernas ainda estavam trêmulas, mas caminhou até o jardim, onde havia a tal porta ancestral. A porta que o levará até ela. Como de costume, resolveu deixar uma rosa branca no rodapé.
Ao entrar pela porta, sentiu o calor imenso que queimava sua carne. Conseguiu até mesmo sentir o cheiro sulfuroso que formava uma névoa densa diante dos seus olhos. Quando julgou que estava morto, sentiu então o frescor de uma brisa leve que soprava segredos em seus ouvidos, ao passo que espalhava seus cabelos. Uma horrível e repentina dor de cabeça o afetava.
E então ela surgiu, com uma aparência degradada pelos avançados anos de idade, e sentou-se à sua frente. Ela então ordenou, com sua voz gutural:
- Revele seu desejo!
Tomado por receio e terror, ele simplesmente respondeu:
- Desejo acordar!
Ela então retrucou:
- Mas acordado você me buscava, desejando realizar seus sonhos. Você veio até mim. Você me buscou e me encontrou!
Ele, ainda receoso, reforçou seu desejo:
- Há muito vivo em sonhos... Quero apenas acordar!
Com um leve sorriso de sarcasmo em seus lábios, ela então acenou positivamente com a cabeça.
---
A dor de cabeça passou por alguns instantes, e então ele decidiu que era hora de acordar. As pernas ainda estavam trêmulas, mas caminhou até o jardim, onde havia a tal porta ancestral. A porta que o levará até ela. Como de costume, resolveu deixar uma rosa branca no rodapé.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Shattered
Damn nerve reflections
See they torn my brain
Ordinary toxic gas explosions
My sore skin itches!
With my sewn eyes
Dropping bloody tears
I do witness this
Locked in insanity
With my own eyes
I do witness this
Dropping purulent tears
Locked in insanity
Piece of rotten meat
Slaughtered long ago
Hate these hungry vermin
My sore skin itches!
With my sewn eyes
Dropping bloody tears
I do witness this
Locked in insanity
With my own eyes
I do witness this
Dropping purulent tears
Locked in insanity
Real man turned
Into feed to flies!
Real man turned
Into feed to flies!
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
I Against I
I-ya
I against I
Flesh of my flesh
And mind of my mind
Two of a kind but one won't survive
My images reflect in the enemies eye
And his images reflect in mine the same time
I-ya, I-ya
I against I
Flesh of my flesh
And mind of my mind
Two of a kind but one won't survive
Right here is where the end gon' start at
Conflict, contact 'n' combat
Fighters stand where the land is marked at
Settle the dispute about who the livest
3 word answer
Whoever survive this
Only one of us can ride forever
So you and I cant ride together
Can't live or cant die together
All we can do is collide together
So I skillfully apply the pressure
Won't stop until I'm forever... one!
A door step where death never come
Spread across time til my time never done
And I'm never done
Walk tall, why ever run?
When they move if I ever come?
Bad man never fret the war, tell'em come
General we have the stock, the mad fire burn
I-ya
I against I
Flesh of my flesh
And mind of my mind
Two of a kind but one won't survive
My images reflect in the enemies eye
And his images reflect in mine the same time
I-ya, I-ya
I against I
Flesh of my flesh
And mind of my mind
Two of a kind but one won't survive
Survive [x16]
Reign supreme in your U-N-I
V-E-R-S-E with the sharpness
Narrow row building no space for partners
No space for drivers, no space for walkers
No space regardless
YOU'RE on my path then get off it
Hardheaded and unresponsive
Get they lives put on target with harshness
Come with the CANNONS sparkin' they darken
Who am i? one man squadron
MOS stir the fire this time that'd snatch your tomorrow
The thousand yard STARE that'll pierce through your armor
You can get it on right now if you want to
But when ya FRONTLINES get marched through
I warned you
You know who forever belong to
[Mos Def]
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Ritratto di famiglia
O que deve ser feito
Será feito
Doa a quem doer
Não há limites
Sobre as ações que tomo
Quando estas são tomadas
Em nome de minha família
E mesmo entre os meus
Como num cesto de frutas
Haverá algumas podres
E estas serão descartadas
Tudo o que eu digo
Observe e aprenda
Talvez um dia esteja em meu lugar
O que você desejar
De fato terá
Enquanto estiver ao meu alcance
Seus inimigos
Serão meus inimigos
E para sua sorte
Conheço bem a todos eles
Sua felicidade
Será a minha
E abençoarei
Suas escolhas e caminhos
E um dia, quem sabe
Talvez nunca aconteça
Me fará algum pequeno favor
O que deve ser feito
Será feito
Doa a quem doer
Será feito
Doa a quem doer
Não há limites
Sobre as ações que tomo
Quando estas são tomadas
Em nome de minha família
E mesmo entre os meus
Como num cesto de frutas
Haverá algumas podres
E estas serão descartadas
Tudo o que eu digo
Observe e aprenda
Talvez um dia esteja em meu lugar
O que você desejar
De fato terá
Enquanto estiver ao meu alcance
Seus inimigos
Serão meus inimigos
E para sua sorte
Conheço bem a todos eles
Sua felicidade
Será a minha
E abençoarei
Suas escolhas e caminhos
E um dia, quem sabe
Talvez nunca aconteça
Me fará algum pequeno favor
O que deve ser feito
Será feito
Doa a quem doer
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Alvorada
Sete talhos sobre a lâmina
Sete selos nos escudos
Que a glória dos sete senhores
Se espalhe aos quatro cantos
E os olhos da torre cinza
Que nunca dormem e nem se cobrem
Vislumbrarão com orgulho
Os belos palácios dos homens
Aqueles que cedo despertaram
E o sono eterno dormem
A sombra crescente que ameaça
Com sua violência insana
Não atrasará o retorno
Do cavalheiro que a coroa reclama
Nem mesmo nas terras frias
Ou no vau de penumbra
Tudo será conquistado
Das campinas até as tundras
Os antigos que não sentem o tempo
Estes escreverão tua história
Na grande batalha da alvorada
Onde a condenação dos homens habita
Mesmo com sangue derramado
Não há nenhum sinal de derrota
A coroa que antes ameaçava
Com terror e ódio crescente
É agora copa fundida em ferro
Tomada de ferrugem decadente
Quando tudo terminar
Verei o mar à minha frente
Imensidão de vidro prateado
Sete selos nos escudos
Que a glória dos sete senhores
Se espalhe aos quatro cantos
E os olhos da torre cinza
Que nunca dormem e nem se cobrem
Vislumbrarão com orgulho
Os belos palácios dos homens
Aqueles que cedo despertaram
E o sono eterno dormem
A sombra crescente que ameaça
Com sua violência insana
Não atrasará o retorno
Do cavalheiro que a coroa reclama
Nem mesmo nas terras frias
Ou no vau de penumbra
Tudo será conquistado
Das campinas até as tundras
Os antigos que não sentem o tempo
Estes escreverão tua história
Na grande batalha da alvorada
Onde a condenação dos homens habita
Mesmo com sangue derramado
Não há nenhum sinal de derrota
A coroa que antes ameaçava
Com terror e ódio crescente
É agora copa fundida em ferro
Tomada de ferrugem decadente
Quando tudo terminar
Verei o mar à minha frente
Imensidão de vidro prateado
segunda-feira, 25 de julho de 2011
Patriota
Continuar em frente
Mesmo com o frio da noite
E a chuva fina nos olhos
Para minha alma um açoite
Por entre vãos alagados
Continuar em frente
Com o peso de minhas armas
Mesmo estando cansado
Sob o sol escaldante
Ressecando minha pele
Continuar em frente
É a força que me impele
Dever cumprido é obrigação
Missão dada, missão aceita
Farei meu corpo decadente
Continuar em frente
Enquanto houver esperança
E mesmo sem nenhuma
Devo seguir e imponente
Continuar em frente
Muitos cairão ao meu lado
O fracasso não é aliado
Continuar em frente
Jamais ser derrotado
Pelo meu sangue e suor
Continuar em frente
Por aqueles que prezo
Por meu amor e meu teto
Continuar em frente
Nada me impedirá
Só a morte me intimida
Mas não me vencerá
Mesmo com o frio da noite
E a chuva fina nos olhos
Para minha alma um açoite
Por entre vãos alagados
Continuar em frente
Com o peso de minhas armas
Mesmo estando cansado
Sob o sol escaldante
Ressecando minha pele
Continuar em frente
É a força que me impele
Dever cumprido é obrigação
Missão dada, missão aceita
Farei meu corpo decadente
Continuar em frente
Enquanto houver esperança
E mesmo sem nenhuma
Devo seguir e imponente
Continuar em frente
Muitos cairão ao meu lado
O fracasso não é aliado
Continuar em frente
Jamais ser derrotado
Pelo meu sangue e suor
Continuar em frente
Por aqueles que prezo
Por meu amor e meu teto
Continuar em frente
Nada me impedirá
Só a morte me intimida
Mas não me vencerá
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Son of the Sun
Dê-me areia e pedras
Abaixo do Sol escaldante:
Eu construirei tua pirâmide
Tudo que aprendi
Aprendi com você
E registrei com óleo escuro
Sobre a trama de papiro
Trançada por mãos imaculadas
Isentas de suor ou sangue
Os pilares de Karnak
Tracei com réguas invisíveis
E cálculos inimagináveis
Conhecimento distribuído
A tudo e a todos
Da imensa coroa de fogo
Eu recebi boa ventura
Contínua como Ouroboros
De amplitude infinita
As asas dos homens
Têm o comprimento das suas mentes
Abaixo do Sol escaldante:
Eu construirei tua pirâmide
Tudo que aprendi
Aprendi com você
E registrei com óleo escuro
Sobre a trama de papiro
Trançada por mãos imaculadas
Isentas de suor ou sangue
Os pilares de Karnak
Tracei com réguas invisíveis
E cálculos inimagináveis
Conhecimento distribuído
A tudo e a todos
Da imensa coroa de fogo
Eu recebi boa ventura
Contínua como Ouroboros
De amplitude infinita
As asas dos homens
Têm o comprimento das suas mentes
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Lúmen
Aquele brilho
Eu lembro bem
Fecho os olhos
E vejo também
De olhos fechados
Eu vejo tão bem
Faróis de automóveis
Lâmpadas incandescentes
Reflexos esparsos
Passados presentes
De olhos fechados
Eu vejo tão bem
Relâmpago nos céus
Lampejo de claridade
Rasgam o negro véu
Da minha insanidade
Eu lembro bem
Fecho os olhos
E vejo também
De olhos fechados
Eu vejo tão bem
Faróis de automóveis
Lâmpadas incandescentes
Reflexos esparsos
Passados presentes
De olhos fechados
Eu vejo tão bem
Relâmpago nos céus
Lampejo de claridade
Rasgam o negro véu
Da minha insanidade
terça-feira, 19 de julho de 2011
Bestial
É sob as pedras
Que me esfriam em sombra
Que eu me recolho
O que eu escolho
É observar o mundo
Por entre frestas
E é por estas
Que em noites frias
Eu me aqueço
Pois não mereço
Nem em devaneio
Carinho ou festas
Não tenho asas
Mas vôo longe
Na minha cabeça
E não te esqueças
Se me procuras
Logo me encontras
Pois entre as águas
Sou a criatura
Que a ti afoga
Como uma droga
Eu te transformo
Em pedras alvas
Foge e te salvas
Pois de perigo
Me alimento
E em teu último alento
Não hesitarei
Em destruir tuas sobras
Que me esfriam em sombra
Que eu me recolho
O que eu escolho
É observar o mundo
Por entre frestas
E é por estas
Que em noites frias
Eu me aqueço
Pois não mereço
Nem em devaneio
Carinho ou festas
Não tenho asas
Mas vôo longe
Na minha cabeça
E não te esqueças
Se me procuras
Logo me encontras
Pois entre as águas
Sou a criatura
Que a ti afoga
Como uma droga
Eu te transformo
Em pedras alvas
Foge e te salvas
Pois de perigo
Me alimento
E em teu último alento
Não hesitarei
Em destruir tuas sobras
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Tu
O toque de seda
Da sua pele
Muito me atrai
Com os cabelos
Da cor que todos os outros
Deveriam ter
Na silhueta perfeita
Que anseio percorrer
Com a palma das mãos
E perfume natural
Que impregna meus sentidos
De pura atração
É beleza que cega
Olhos incautos
De deslumbramento
E presença viciante
Que em leve ausência
Causa sofrimento
De certo não sei
O que da vida faria
Sem tê-la por perto
Sorte minha que a tenho.
Da sua pele
Muito me atrai
Com os cabelos
Da cor que todos os outros
Deveriam ter
Na silhueta perfeita
Que anseio percorrer
Com a palma das mãos
E perfume natural
Que impregna meus sentidos
De pura atração
É beleza que cega
Olhos incautos
De deslumbramento
E presença viciante
Que em leve ausência
Causa sofrimento
De certo não sei
O que da vida faria
Sem tê-la por perto
Sorte minha que a tenho.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Fulo
Proponha-me alguma coisa
Qualquer coisa
E eu negarei prontamente
E nada me peça
Pois de bom-grado
Nada ofereço
E das suas perguntas
Nenhuma respondo
Nem mesmo as ouço
Tudo o que dizes
Dizes em vão
Pois tudo ignoro
Nem mesmo os gestos
Estes eu evito
E os detesto
Se provocado
Não retrucarei nada
Ficarei calado
Pois só mereces o meu silêncio
E talvez nem este
Seja a ti ofertado
Se em milagre pudesse
Ouvir o que escrevo entoado
Então teria gritado
Só para ver contrariada
Tua face irritada
De susto tomado
Qualquer coisa
E eu negarei prontamente
E nada me peça
Pois de bom-grado
Nada ofereço
E das suas perguntas
Nenhuma respondo
Nem mesmo as ouço
Tudo o que dizes
Dizes em vão
Pois tudo ignoro
Nem mesmo os gestos
Estes eu evito
E os detesto
Se provocado
Não retrucarei nada
Ficarei calado
Pois só mereces o meu silêncio
E talvez nem este
Seja a ti ofertado
Se em milagre pudesse
Ouvir o que escrevo entoado
Então teria gritado
Só para ver contrariada
Tua face irritada
De susto tomado
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Remorso
Estive no topo
Olhando para baixo
Do alto sublime
Eu era o topo
E vi lá embaixo
Criatura sofrida
Que era você
Desfalecida
E me curvei
Em piedade
Prestando socorro
Com caridade
E te lancei as mãos
Erguendo tua existência
De ti fiz com cuidado
Criatura nova
Enérgica
E renovada de fato
E tudo tinhas
Pois retirava de mim
Nutria-se
Como erva-daninha
Por conta de teus caprichos
Eu caí
De rosto na terra
E pedras nos olhos
E de lá contemplei
Tua glória egoísta
Teu sarcasmo crescente
Insana e demente
Eu te vi escarnecer de mim
Por entre as minhas nuvens
Fechou minhas cortinas
Para esconder minha queda
Tolice
Jamais há derrota para o invencível
Ainda em terra hoje
Faço nutrir me em vingança
No aguardo do momento
Do retorno à bonança
Eu atingi o fundo do poço
Aprisionado em teu calabouço
E escapei.
Olhando para baixo
Do alto sublime
Eu era o topo
E vi lá embaixo
Criatura sofrida
Que era você
Desfalecida
E me curvei
Em piedade
Prestando socorro
Com caridade
E te lancei as mãos
Erguendo tua existência
De ti fiz com cuidado
Criatura nova
Enérgica
E renovada de fato
E tudo tinhas
Pois retirava de mim
Nutria-se
Como erva-daninha
Por conta de teus caprichos
Eu caí
De rosto na terra
E pedras nos olhos
E de lá contemplei
Tua glória egoísta
Teu sarcasmo crescente
Insana e demente
Eu te vi escarnecer de mim
Por entre as minhas nuvens
Fechou minhas cortinas
Para esconder minha queda
Tolice
Jamais há derrota para o invencível
Ainda em terra hoje
Faço nutrir me em vingança
No aguardo do momento
Do retorno à bonança
Eu atingi o fundo do poço
Aprisionado em teu calabouço
E escapei.
Explorador
Incansável
Com sua sede de conhecimento
Fomentando descobertas
Explorador
No achado de todo dia
O oculto é o teu guia
Somos diferentes
Como gotas de água e óleo
Destemido
Vasculhando todo um infinito
Revelando o que há de mais bonito
Audacioso
Correndo atrás do sucesso
Desvelando a poeira por baixo dos panos
Somos diferentes
Como gotas de água e óleo
Com sua sede de conhecimento
Fomentando descobertas
Explorador
No achado de todo dia
O oculto é o teu guia
Somos diferentes
Como gotas de água e óleo
Destemido
Vasculhando todo um infinito
Revelando o que há de mais bonito
Audacioso
Correndo atrás do sucesso
Desvelando a poeira por baixo dos panos
Somos diferentes
Como gotas de água e óleo
sábado, 9 de julho de 2011
Helianthus
Não lembro se estive de pé
E se estive, se caminhei
Porque pareço deitado
Mas meus pés tocam nuvens
Desenho traços irregulares
Sigo traçando
Com pena de aço
Que corta horizontes
E das coisas que eu gostava
A melhor era você
Mas isto era quando eu andava
De pés descalços no chão
Agora eu gosto do calor
Quando chegam os dias frios
Ou da chuva fina
Sob sol escaldante
Caminhei convosco
Pelas rotas humanas e banais
Eu olhei na vossa face
Mas não me reconhecestes
Vergonha!
Das coisas que eu gostava
Você não queria saber
Olha agora para o céu:
Eu sou o infinito sobre tua cabeça
Acima de tudo e de todos
Permaneço deitado pisando nas nuvens.
E se estive, se caminhei
Porque pareço deitado
Mas meus pés tocam nuvens
Desenho traços irregulares
Sigo traçando
Com pena de aço
Que corta horizontes
E das coisas que eu gostava
A melhor era você
Mas isto era quando eu andava
De pés descalços no chão
Agora eu gosto do calor
Quando chegam os dias frios
Ou da chuva fina
Sob sol escaldante
Caminhei convosco
Pelas rotas humanas e banais
Eu olhei na vossa face
Mas não me reconhecestes
Vergonha!
Das coisas que eu gostava
Você não queria saber
Olha agora para o céu:
Eu sou o infinito sobre tua cabeça
Acima de tudo e de todos
Permaneço deitado pisando nas nuvens.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
O enforcado
Boas ações não precisam ser minimamente planejadas
Boas intenções não garantem satisfação mútua
Eu cuido de você como se fosse única
Submersa em amor
Minhas asas são curtas e tortas
Mas carregarei sua presença brilhante
O mais alto que puder alcançar
E alcançarei as estrelas
Não faça promessas
Nem julgamentos
Eu acredito nos seus olhos
E no reflexo da sua alma
E quando em lágrima navego
Busco apenas teu afago
Mesmo sem nunca tê-lo sentido
Ou talvez nunca tê-lo notado
Isolado de qualquer desejo ou ambição
Eu cuido de você como se fosse única
Submersa em amor
Boas intenções não garantem satisfação mútua
Eu cuido de você como se fosse única
Submersa em amor
Minhas asas são curtas e tortas
Mas carregarei sua presença brilhante
O mais alto que puder alcançar
E alcançarei as estrelas
Não faça promessas
Nem julgamentos
Eu acredito nos seus olhos
E no reflexo da sua alma
E quando em lágrima navego
Busco apenas teu afago
Mesmo sem nunca tê-lo sentido
Ou talvez nunca tê-lo notado
Isolado de qualquer desejo ou ambição
Eu cuido de você como se fosse única
Submersa em amor
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Ricetta d'Amore
Come sarebbe il miglore modo d’amare,
Di quale maniera cultivare l'emozioni?...
Su la stanchezza delle mie desillusioni,
Una ricetta d’amore sono andato a cercare.
In che consiste l’amore certo, ideale?...
Nella poesia, le risposte ho cercato,
Nei miei tronchi di antichi casi ho rovesciato,
Per concludere che debba essere essenziale,
Infinito, molto forte in grandezza,
Impeccabile, raro e dolce – in purezza
Esemplare, appogiato in lealtà,
Gerare desideri, eterna fonte di passione,
Nave serena in mare di comprensione,
A flutuare in onde di felicità...
(Oriza Martins)
Di quale maniera cultivare l'emozioni?...
Su la stanchezza delle mie desillusioni,
Una ricetta d’amore sono andato a cercare.
In che consiste l’amore certo, ideale?...
Nella poesia, le risposte ho cercato,
Nei miei tronchi di antichi casi ho rovesciato,
Per concludere che debba essere essenziale,
Infinito, molto forte in grandezza,
Impeccabile, raro e dolce – in purezza
Esemplare, appogiato in lealtà,
Gerare desideri, eterna fonte di passione,
Nave serena in mare di comprensione,
A flutuare in onde di felicità...
(Oriza Martins)
terça-feira, 5 de julho de 2011
Shards of my mirror
I've been so selfish and proud of my ignorance
There's nothing a man can do to taste freedom
Nothing that's really worthy
I keep my secrets from everyone because I'm ashamed
What have I done to the world?
Please be gentle with children!
You ask me:
Is there any final wish to a condemned man?
I ask you:
When did mankind turn it's wisdom into madness?
I close my eyes quickly to wait for the right moment
Inertia made my legs weak
I shed a tear while you
Played a piano requiem for our final hour
There's nothing a man can do to taste freedom
Nothing that's really worthy
I keep my secrets from everyone because I'm ashamed
What have I done to the world?
Please be gentle with children!
You ask me:
Is there any final wish to a condemned man?
I ask you:
When did mankind turn it's wisdom into madness?
I close my eyes quickly to wait for the right moment
Inertia made my legs weak
I shed a tear while you
Played a piano requiem for our final hour
terça-feira, 14 de junho de 2011
Opaco
Matizes embaçadas pelo calor no vidro
Eu leio as frases apagadas
Com a atenção de um bebê
De olhos vítreos e alertas
As laranjas podres na bolsa
Adocicam o fel do semblante
E da ignorância muito aprendi
quando em observação eu velava
No jardim de pedras brancas
Onde as rosas são cortadas
As crianças inventam coisas
E plantam suas falsas esperanças
As frutas frescas e perfumadas
Estão como cobertas por verniz
A ferrugem dos meus membros
Impossibilita meu adeus sublime
Quando em água sou tragado
E enveneno teu espírito
Inalando a fuligem que espalha
Quando à noite dorme em silêncio
Não há morte no espectro
E do obscuro emana sorte
Cego pela luz fraca de nublado
Eu procuro exatamente o motivo
Pelo qual triste e e reflexivo
Continuo escrevendo.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Mídia negativa
Continuam divulgando por aí os planos e feitos do tal assassino de crianças. A cada dia que passa, aguardo ansioso por uma mudança nas notícias, ou ao menos na forma como elas estão sendo divulgadas na mídia popular.
Ao invés de fazer matérias falando sobre o desgaste das famílias das crianças atingidas, ou sobre a mudança de postura da segurança pública no ambiente escolar, continuam falando sobre o assassino e suas peripécias.Será que ninguém percebe que era exatamente isso que ele queria? É importante promover com tanta notoriedade estas pessoas toscas, psicopatas, dementes?
A forma como a mídia popular procede em casos como o do massacre apenas aumenta a vontade de vermes que, como o assassino de crianças, desejam fazer algo para aparecer. Desejam chamar atenção, e encontram no exemplo do matador uma forma de aparecer.
O que deveria estar publicado nas revistas e jornais era um alerta, indicando que o povo não tolerará mais estas atitudes. Qualquer um que tente fazer o mesmo que o matador será severamente punido, e, quem sabe num futuro mais justo, julgado com reclusão indeterminada ou penas agressivas.
Jornais e revistas, tratem de esquecer o causador da tragédia e falem mais sobre as vítimas, ou então falem sobre as medidas que estão sendo tomadas contra atentados como estes. Esqueçam de uma vez a imagem do verme assassino. Em vez de insistir na imagem do matador como uma pessoa doente que sofreu bullying (aliás, no Brasil virou moda dizer que sofreu bullying... Será que eu sofri bullying?). É muito fácil analisar de forma hipócrita um mostro como o matador, quando seus filhos dormem seguros em casa, saudáveis, vivos.
Por favor, ajudem o mundo a esquecer o que ele realmente foi. Um assassino frio, calculista, covarde e que sequer deveria ter nascido, pois não fez e não fará falta nenhuma para ninguém.
Meus sinceros votos de paz e força às famílias que perderam seus anjos.
publicado via Blogger for Android
Ao invés de fazer matérias falando sobre o desgaste das famílias das crianças atingidas, ou sobre a mudança de postura da segurança pública no ambiente escolar, continuam falando sobre o assassino e suas peripécias.Será que ninguém percebe que era exatamente isso que ele queria? É importante promover com tanta notoriedade estas pessoas toscas, psicopatas, dementes?
A forma como a mídia popular procede em casos como o do massacre apenas aumenta a vontade de vermes que, como o assassino de crianças, desejam fazer algo para aparecer. Desejam chamar atenção, e encontram no exemplo do matador uma forma de aparecer.
O que deveria estar publicado nas revistas e jornais era um alerta, indicando que o povo não tolerará mais estas atitudes. Qualquer um que tente fazer o mesmo que o matador será severamente punido, e, quem sabe num futuro mais justo, julgado com reclusão indeterminada ou penas agressivas.
Jornais e revistas, tratem de esquecer o causador da tragédia e falem mais sobre as vítimas, ou então falem sobre as medidas que estão sendo tomadas contra atentados como estes. Esqueçam de uma vez a imagem do verme assassino. Em vez de insistir na imagem do matador como uma pessoa doente que sofreu bullying (aliás, no Brasil virou moda dizer que sofreu bullying... Será que eu sofri bullying?). É muito fácil analisar de forma hipócrita um mostro como o matador, quando seus filhos dormem seguros em casa, saudáveis, vivos.
Por favor, ajudem o mundo a esquecer o que ele realmente foi. Um assassino frio, calculista, covarde e que sequer deveria ter nascido, pois não fez e não fará falta nenhuma para ninguém.
Meus sinceros votos de paz e força às famílias que perderam seus anjos.
publicado via Blogger for Android
segunda-feira, 28 de março de 2011
The Fall
Vento frio da manhã pálida
Espanta o calor, sinto gelar os ossos
Como gelado de mergulho em oceanos
Depois de viagem por sendas áridas
Flores que secam e folhas secas
Esvoaçantes na brisa brava
Lágrima fina que antes molhava
A terra florida, agora preta
Árvore vistosa é despida, nua
Galhos magros e retorcidos
São como chifres desmedidos
Aos poucos exibidos em forma crua
(Vez por outra uma ave abandona
A morada de outrora, vazia, sem dona)
Eu me embriago no torpor do outono.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Kutsuu
Eu sinto frio e torpor
Os meus olhos ardem
Sinto dor
As pessoas partem
Inundadas em terror
E remonto em escombros meu sofrimento
Já não há mais água
Ou alimento
Cheiro o gás de césio
Ao sabor do vento
Tudo o que havia está desmoronado
Todo um aprendizado
Agora soterrado
Toda uma cultura
Num fosso inundado
O medo nos olhos é minha rotina
E juntar meus mortos
A minha sina
Num momento catastrófico
Que nunca termina
Aos antepassados do Shinto uma oração se inclina:
Não se entregue
Ao futuro de Fukushima
A mesma dor
Do passado de Hiroshima.
Os meus olhos ardem
Sinto dor
As pessoas partem
Inundadas em terror
E remonto em escombros meu sofrimento
Já não há mais água
Ou alimento
Cheiro o gás de césio
Ao sabor do vento
Tudo o que havia está desmoronado
Todo um aprendizado
Agora soterrado
Toda uma cultura
Num fosso inundado
O medo nos olhos é minha rotina
E juntar meus mortos
A minha sina
Num momento catastrófico
Que nunca termina
Aos antepassados do Shinto uma oração se inclina:
Não se entregue
Ao futuro de Fukushima
A mesma dor
Do passado de Hiroshima.
sexta-feira, 11 de março de 2011
Aquilo
Aquilo é o que mais me instigava
Não fazia barulho e quase falava
sem ruído rangia, mudo gritava
Aquilo me surpreendia
De olhos fechados a tudo assistia
por nada enxergar, quase tudo via
Aquilo de fato assustava
O doce perfume sem narinas inalava
na ausência de odores cheirava e cheirava
Aquilo sempre me preocupava
Buscando sabores tudo lambia
sem língua, sem boca, os gostos sentia
Aquilo em terror se mostrava
Moldando as formas sem tato tocava
não tinha membros e tudo abraçava
Aquilo de dia me dava medo
Aquilo de noite horror provocava
terça-feira, 1 de março de 2011
Abissal
Ele guardou um segredo
Sobre suas próprias fraquezas
E jogou num bau raso
Que enterrou num jardim perdido
Para que nunca mais lembrasse
Quão fraco fora no passado
No caminho de volta
Aprendeu a esquecer de tudo
E o passado enterrado
Não mais o afetava
Nada mais importava
Senão o futuro aguardado
Daí em diante foi vitorioso
Como nenhum jamais conseguiu
E tudo o que fazia era bom
Tudo o que dizia era correto
Tudo o que ordenava, obedecido
E tinha muito sucesso
O baú apodreceu, talvez
Mas isso pouco importa
Pois a terra absorveu
Todo seu sigiloso receio
E no baú, sumiram de certo
Suas falhas rasgadas ao meio
...
De certo nada havia no baú
E nenhuma linha havia ainda
Nas frases vazias nunca escritas
Por mãos receosas, porém francas
Quando todo o segredo ausente
Foi acobertado por raízes
Nunca houve um segredo
Porque nunca houve medo
Nem tampouco as fraquezas
Estas nunca existiram
Era humilde, porém invencível
E seu mote era a coragem
Papel em branco num baú vazio
Apodrecido num abismo frio
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Engenharia Reversa
Eu quebrei e soltei as peças
Dependuradas entre arames e fios
Os parafusos e porcas espalhados
Refletem a arquitetura vil
Da engrenagem que é falha e move
Entre os cacos do que era vidro
E o farelo do cinza acrílico
A energia que agora não corre
Exemplifica o curioso processo
Entre as réguas cegas, não meço
As fagulhas que surgem do motor
Que já não gira, agora solto
E cheira como algo ruim
Como tensão e ponto
Da solda eu estouro a liga
Parte a parte desmonto inteira
A peça que outrora em bloco
Movimentava a rasgada correia
Que agora de nada me serve
Como todo o resto do conjunto
Unicamente lixo disperso
Tudo em pedaços desajustados
E agora tudo faz sentido
Partindo do ponto final
Até a concepção do início
O projeto que me instigava
Agora absorvido já não me atrai
Exposto em seus cálculos reduzidos
Eu monto ao contrário
A construção do que quebro
Minha engenharia reversa
Dependuradas entre arames e fios
Os parafusos e porcas espalhados
Refletem a arquitetura vil
Da engrenagem que é falha e move
Entre os cacos do que era vidro
E o farelo do cinza acrílico
A energia que agora não corre
Exemplifica o curioso processo
Entre as réguas cegas, não meço
As fagulhas que surgem do motor
Que já não gira, agora solto
E cheira como algo ruim
Como tensão e ponto
Da solda eu estouro a liga
Parte a parte desmonto inteira
A peça que outrora em bloco
Movimentava a rasgada correia
Que agora de nada me serve
Como todo o resto do conjunto
Unicamente lixo disperso
Tudo em pedaços desajustados
E agora tudo faz sentido
Partindo do ponto final
Até a concepção do início
O projeto que me instigava
Agora absorvido já não me atrai
Exposto em seus cálculos reduzidos
Eu monto ao contrário
A construção do que quebro
Minha engenharia reversa
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Silêncio
Silêncio é o que eu escuto
quando você não está por perto
Barulhos que teria ouvido
de coisas tantas que teríam acontecido
Ás vezes o silêncio me ensurdece
Ás vezes o silêncio é tangível
Como cortina imóvel de vidro
entre cacos despedaçados de mim
Quando você não está por perto
ouço o silêncio em mim mesmo
É como a tarde que cai sem ruído
no enluarar solitário
Eu estrela, envaidecido
choro ao contemplar narcisista
Meu reflexo n'água espalmado
Meu reflexo é nada, é vazio
Como o nada no escuro, é perene
um silêncio como o som dum morto
Suave presença na tua ausência
de ti recordo vagamente absorto
Silêncio é não ter te conhecido
nem te amado um pouco
Sinto a falta de teu ausente ruído
acalentando meu coração frio
Não ter teu amor é estar morto
Não ter teu amor é estar louco
É canção emudecida
É um ouvido surdo
Num chorar miúdo e meloso
Da carência de amor ruidoso.
quando você não está por perto
Barulhos que teria ouvido
de coisas tantas que teríam acontecido
Ás vezes o silêncio me ensurdece
Ás vezes o silêncio é tangível
Como cortina imóvel de vidro
entre cacos despedaçados de mim
Quando você não está por perto
ouço o silêncio em mim mesmo
É como a tarde que cai sem ruído
no enluarar solitário
Eu estrela, envaidecido
choro ao contemplar narcisista
Meu reflexo n'água espalmado
Meu reflexo é nada, é vazio
Como o nada no escuro, é perene
um silêncio como o som dum morto
Suave presença na tua ausência
de ti recordo vagamente absorto
Silêncio é não ter te conhecido
nem te amado um pouco
Sinto a falta de teu ausente ruído
acalentando meu coração frio
Não ter teu amor é estar morto
Não ter teu amor é estar louco
É canção emudecida
É um ouvido surdo
Num chorar miúdo e meloso
Da carência de amor ruidoso.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Hasty
Running make me sick and tired. All good things in this world took a long time to be designed, from the tiny flower to the giant tree. Why running instead of enjoying unique moments?
Nowadays mankind develops everything as fast as possible. It's all about fast-food, fast-study, fast-work, and many other fast fucking things.
Best things are made a little slowly, providing some little time to appreciation. Being hasty seems nice sometimes, but you can't observe things around you clearly while running.
I prefer walking than running. I prefer a normal pace of living. Unfortunatelly i have to run almost all the time...
Nowadays mankind develops everything as fast as possible. It's all about fast-food, fast-study, fast-work, and many other fast fucking things.
Best things are made a little slowly, providing some little time to appreciation. Being hasty seems nice sometimes, but you can't observe things around you clearly while running.
I prefer walking than running. I prefer a normal pace of living. Unfortunatelly i have to run almost all the time...
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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Dia 9 de fevereiro
Hoje bateu um calor
Encontrei meu amor
E fui tomar um frozen...
...
Depois de algum tempo percebo que não há muitas palavras no vocabulário português que rimam com frozen.
...
Merda!
Encontrei meu amor
E fui tomar um frozen...
...
Depois de algum tempo percebo que não há muitas palavras no vocabulário português que rimam com frozen.
...
Merda!
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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Musa
Você sabe que estou sozinho
Sabe que estive doente e alucinado
Nunca alivia meu coração
Sempre me deixa de lado
Fica feliz quando estou mal
Vira meu mundo de cabeça para baixo
Faz graça com a minha cara
Derrama sujeira em meu ódio
Esculpe jóias em meus ossos
Conta mentiras sobre mim
Você cospe quando eu passo
Recomeça no meu fim
Eu choro, mas tolero
Eu grito, mas espero
Eu tremo e aguardo
Aumento meu lastro
Te sigo nas manhãs
Cortando seus jardins
Me arrasto na tua trilha
Me enterro em seus confins
Desato os teus nós
Você aperta os meus
E gosta de pisar
Enquanto dá adeus
Preparo o teu licor
A seiva vil expremo
Sorrio enquanto bebes
Teu doce e frio veneno
Dorme em teu travesseiro de pedra
Minha musa.
Sabe que estive doente e alucinado
Nunca alivia meu coração
Sempre me deixa de lado
Fica feliz quando estou mal
Vira meu mundo de cabeça para baixo
Faz graça com a minha cara
Derrama sujeira em meu ódio
Esculpe jóias em meus ossos
Conta mentiras sobre mim
Você cospe quando eu passo
Recomeça no meu fim
Eu choro, mas tolero
Eu grito, mas espero
Eu tremo e aguardo
Aumento meu lastro
Te sigo nas manhãs
Cortando seus jardins
Me arrasto na tua trilha
Me enterro em seus confins
Desato os teus nós
Você aperta os meus
E gosta de pisar
Enquanto dá adeus
Preparo o teu licor
A seiva vil expremo
Sorrio enquanto bebes
Teu doce e frio veneno
Dorme em teu travesseiro de pedra
Minha musa.
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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Medo de Corujas
Tenho vinte e cinco anos e sou aficionado por corujas desde criança. Sempre gostei do animal, que apresenta um semblante tranquilo, mas ao mesmo tempo alerta para qualquer situação, qualquer movimento.
Quando comecei a estudar, aprendi o simbolismo que envolve a imagem da coruja - sempre representante de conhecimento e sabedoria - e, talvez por isso, minha afeição pelo animal só fez aumentar, tanto que considero a coruja uma das aves mais bonitas dentre todas as existentes (ao menos as que eu conheço, obviamente).
Meu fascínio é tão grande que iniciei, faz algum tempo, uma coleção de réplicas de corujas, mochos e similares. A maioria retrata o porte e o semblante do animal com fidelidade, salvo as réplicas talhadas em pedras naturais ou representações artísticas particulares. A imagem da ave me traz tranquilidade, talvez transmitida pela serenidade natural da espécie.
Mas porquê resolvi escrever sobre isso?
Existe um sentimento místico que envolve a imagem das corujas, algo de supersticioso, oculto. Muita gente acha que são animais agourentos, sombrios ou coisas do tipo. As pessoas associam crendices populares utilizadas para que as crianças durmam cedo, por exemplo, com fatos. Há quem diga e garanta que as corujas são sinal de azar e até presságio de morte, e por essas crenças tolas, muitas corujas são mortas ou feridas em cidades interioranas. A crendice torna-se tolice.
O cúmulo do absurdo, experimentado por mim, foi ouvir que eu não tenho (ou trago) sorte na vida porque gosto de corujas, ou que terei azar na vida porque tenho réplicas de corujas em casa. Quase patético.
Não sou uma pessoa rica, mas vivo uma situação estável e confortável. Gozo de boa saúde, não tenho pesadelos ou visões apocalípticas, casei com uma mulher linda e carinhosa, tenho sorte no jogo e um bom trabalho. Não sei se as corujas me ajudaram a alcançar estas coisas (acho que não), mas tenho certeza de que nunca me prejudicaram ou, como gostam de dizer, "atrasaram minha vida".
Tenho uma miniatura de coruja em minha mesa no trabalho, e tantas outras em casa, e garanto que, no máximo, elas me trazem bom agouro. Jamais ousaria ter uma coruja em cativeiro, mas caso alguma resolva instalar-se em meu quintal de casa um dia, farei o possível para mantê-la confortável durante sua estadia, como faria com qualquer outro animal silvestre.
Quem traz azar é quem vive falando de azar. Não venham culpar uma pobre ave, quando a raiz dos problemas está dentro de cada um.
Vida longa às corujas!
Quando comecei a estudar, aprendi o simbolismo que envolve a imagem da coruja - sempre representante de conhecimento e sabedoria - e, talvez por isso, minha afeição pelo animal só fez aumentar, tanto que considero a coruja uma das aves mais bonitas dentre todas as existentes (ao menos as que eu conheço, obviamente).
Meu fascínio é tão grande que iniciei, faz algum tempo, uma coleção de réplicas de corujas, mochos e similares. A maioria retrata o porte e o semblante do animal com fidelidade, salvo as réplicas talhadas em pedras naturais ou representações artísticas particulares. A imagem da ave me traz tranquilidade, talvez transmitida pela serenidade natural da espécie.
Mas porquê resolvi escrever sobre isso?
Existe um sentimento místico que envolve a imagem das corujas, algo de supersticioso, oculto. Muita gente acha que são animais agourentos, sombrios ou coisas do tipo. As pessoas associam crendices populares utilizadas para que as crianças durmam cedo, por exemplo, com fatos. Há quem diga e garanta que as corujas são sinal de azar e até presságio de morte, e por essas crenças tolas, muitas corujas são mortas ou feridas em cidades interioranas. A crendice torna-se tolice.
O cúmulo do absurdo, experimentado por mim, foi ouvir que eu não tenho (ou trago) sorte na vida porque gosto de corujas, ou que terei azar na vida porque tenho réplicas de corujas em casa. Quase patético.
Não sou uma pessoa rica, mas vivo uma situação estável e confortável. Gozo de boa saúde, não tenho pesadelos ou visões apocalípticas, casei com uma mulher linda e carinhosa, tenho sorte no jogo e um bom trabalho. Não sei se as corujas me ajudaram a alcançar estas coisas (acho que não), mas tenho certeza de que nunca me prejudicaram ou, como gostam de dizer, "atrasaram minha vida".
Tenho uma miniatura de coruja em minha mesa no trabalho, e tantas outras em casa, e garanto que, no máximo, elas me trazem bom agouro. Jamais ousaria ter uma coruja em cativeiro, mas caso alguma resolva instalar-se em meu quintal de casa um dia, farei o possível para mantê-la confortável durante sua estadia, como faria com qualquer outro animal silvestre.
Quem traz azar é quem vive falando de azar. Não venham culpar uma pobre ave, quando a raiz dos problemas está dentro de cada um.
Vida longa às corujas!
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Bruto
Quebro o vidro,
Apago a fogueira,
Molho o seco,
Sopro a poeira.
Chuto o balde,
Explico o inefável,
Cuspo o sangue,
Giro o imóvel.
Compro a miséria,
Derreto o bruto,
Rasgo meu papel,
Dissolvo o insolúvel.
Limito o infinito,
Elimino o imprescindível,
Virtuo a mácula,
Perfuro o intangível.
Registro o desconhecido,
Trituro o inabalável,
Ridicularizo o sério,
Dicotomizo o inseparável.
Mas nunca (nunca mesmo)
Elogie estas minhas virtudes.
Detesto puxa-sacos.
Apago a fogueira,
Molho o seco,
Sopro a poeira.
Chuto o balde,
Explico o inefável,
Cuspo o sangue,
Giro o imóvel.
Compro a miséria,
Derreto o bruto,
Rasgo meu papel,
Dissolvo o insolúvel.
Limito o infinito,
Elimino o imprescindível,
Virtuo a mácula,
Perfuro o intangível.
Registro o desconhecido,
Trituro o inabalável,
Ridicularizo o sério,
Dicotomizo o inseparável.
Mas nunca (nunca mesmo)
Elogie estas minhas virtudes.
Detesto puxa-sacos.
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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Rotina
Você acorda às cinco da manhã. Suas pálpebras doem e sua visão está turva. Obviamente o sono ainda persiste, e seu reflexos estão prejudicados.
Você trabalhou até tarde no dia anterior, e depois fez hora-extra em casa, tudo para conseguir pagar a conta de telefone. O cansaço é como uma mochila de chumbo cravada em seus ombros.
Sua rinite ataca, em conjunto com a sinusite crônica. A leve febre noturna não baixou depois do banho frio. Você detesta banho frio.
Vai ter de correr para pegar o ônibus. Isso significa que o café da manhã vai ficar para outro dia. Fica sempre para o dia seguinte, desde que você começou a trabalhar.
Sua caminhada até o ponto de ônibus é longa. Você sobe a ladeira íngreme com perseverança, até que começa a chover forte. Na pressa, você esqueceu seu guarda-chuva. Sua perseverança acaba, sua subida é cada vez mais cansativa. Você corre o mais rápido que pode, a ponto de ver o único ônibus que o levaria ao trabalho em tempo. Ele acaba de sair do ponto e virar a esquina. Sim, você chegará atrasado.
Após quarenta minutos aguardando molhado pela chegada do seu ônibus, ele finalmente chega. Lotado. Você se espreme na catraca e consegue milagrosamente passar. Em seguida seus pés são pisoteados por senhoras gordas que correm para se amontoar nas pequenas janelas.
Um sujeito atrás de você estava resfriado. Você percebe isto ao passar a mão na gola de sua camisa. Ela não estava tão molhada antes.
Você busca chegar próximo à porta de saída. Após diversas cotoveladas e hematomas, você chega próximo à porta. Uma senhora carregando duas bolsas gigantes aloja-se às suas costas. A cada curva, as bolsas e a senhora fazem um peso descomunal em suas costas. Sua escoliose acusa que vai doer pela semana inteira.
Seu destino é alcançado após uma hora e meia. Ao tentar descer do ônibus, sua calça fica presa em uma limalha de ferro da precária lataria interna do veículo. Além de arranhar sua perna, faz um furo em sua calça.
Silêncio.
O motorista do veículo, irritado com sua pausa, ameaça arrancar com o veículo. Você consegue descer.
Da janela do ônibus, um casal de senhores deseja a você um solene bom-dia. Com sangue nos olhos e sentindo-se como uma besta pronta a atacar, você engole em seco e responde vigorosamente:
- Bom dia!
Você trabalhou até tarde no dia anterior, e depois fez hora-extra em casa, tudo para conseguir pagar a conta de telefone. O cansaço é como uma mochila de chumbo cravada em seus ombros.
Sua rinite ataca, em conjunto com a sinusite crônica. A leve febre noturna não baixou depois do banho frio. Você detesta banho frio.
Vai ter de correr para pegar o ônibus. Isso significa que o café da manhã vai ficar para outro dia. Fica sempre para o dia seguinte, desde que você começou a trabalhar.
Sua caminhada até o ponto de ônibus é longa. Você sobe a ladeira íngreme com perseverança, até que começa a chover forte. Na pressa, você esqueceu seu guarda-chuva. Sua perseverança acaba, sua subida é cada vez mais cansativa. Você corre o mais rápido que pode, a ponto de ver o único ônibus que o levaria ao trabalho em tempo. Ele acaba de sair do ponto e virar a esquina. Sim, você chegará atrasado.
Após quarenta minutos aguardando molhado pela chegada do seu ônibus, ele finalmente chega. Lotado. Você se espreme na catraca e consegue milagrosamente passar. Em seguida seus pés são pisoteados por senhoras gordas que correm para se amontoar nas pequenas janelas.
Um sujeito atrás de você estava resfriado. Você percebe isto ao passar a mão na gola de sua camisa. Ela não estava tão molhada antes.
Você busca chegar próximo à porta de saída. Após diversas cotoveladas e hematomas, você chega próximo à porta. Uma senhora carregando duas bolsas gigantes aloja-se às suas costas. A cada curva, as bolsas e a senhora fazem um peso descomunal em suas costas. Sua escoliose acusa que vai doer pela semana inteira.
Seu destino é alcançado após uma hora e meia. Ao tentar descer do ônibus, sua calça fica presa em uma limalha de ferro da precária lataria interna do veículo. Além de arranhar sua perna, faz um furo em sua calça.
Silêncio.
O motorista do veículo, irritado com sua pausa, ameaça arrancar com o veículo. Você consegue descer.
Da janela do ônibus, um casal de senhores deseja a você um solene bom-dia. Com sangue nos olhos e sentindo-se como uma besta pronta a atacar, você engole em seco e responde vigorosamente:
- Bom dia!
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Pensando alto
Para onde voam os pássaros que sobrevoam minha janela?
Acho que voam apenas porque podem.
Eu queria poder voar mas estou atado ao chão.
Voando eu seguiria leve
Talvez sentisse menos cansaço
Ou talvez o cansaço seja algo irrelevante quando se está voando.
Seria a brisa muito fria nas alturas?
Em nada me afetaria o frio
Se as alturas parecem tão baixas quando é possível subir mais e mais.
Eu olharia o mundo de cima
E seria tudo tão bonito
Quando variasse a perspectiva.
Poderia seguir uma folha
Que voasse sem destino levada pelo vento.
Talvez quisesse ser a folha.
Viagens mirabolantes sem limites.
Eu invejo os pássaros que sobrevoam minha janela
Resignado em pelejar na minha vida de gaiola.
Acho que voam apenas porque podem.
Eu queria poder voar mas estou atado ao chão.
Voando eu seguiria leve
Talvez sentisse menos cansaço
Ou talvez o cansaço seja algo irrelevante quando se está voando.
Seria a brisa muito fria nas alturas?
Em nada me afetaria o frio
Se as alturas parecem tão baixas quando é possível subir mais e mais.
Eu olharia o mundo de cima
E seria tudo tão bonito
Quando variasse a perspectiva.
Poderia seguir uma folha
Que voasse sem destino levada pelo vento.
Talvez quisesse ser a folha.
Viagens mirabolantes sem limites.
Eu invejo os pássaros que sobrevoam minha janela
Resignado em pelejar na minha vida de gaiola.
Conclusão Fatídica
Concluo que não há mais tempo.
Havia tempo quando falava-se em derretimento das calotas polares, ou quando o assunto era o buraco na camada de ozônio. Nesta época havia tempo. E era pouco.
Havia tempo quando a mata atlântica era desmatada, quando árvores multicentenárias viravam carvão, quando a biodiversidade caminhava para o processo de extinção e a poluição envenenava nossos pulmões.
Quando as crianças morriam de fome e sede, e ditadores insanos ameaçavam a paz com suas fomentações de guerras e destruição, havia ainda algum tempo.
Há agora uma surpresa hipócrita diante das catástrofes globais. Um sentimento tosco de tristeza diante da realidade que se exibe faz séculos diante dos nossos olhos cegos de ganância e egocentrismo. Não há culpados quando todos estão errados.
O mundo está prestes a regurgitar em todos nós o veneno e a destruição que causamos desde as mais remotas eras. Não há mais rumores obscuros de perdição e fim do mundo. Há agora uma clara imagem distorcida pela dor, que mostra-se diante de nós como um fino manto translúcido.
O planeta vai mal. E a culpa é sua.
Não assista as imagens das catástrofes exibidas em sua televisão com sentimento de pena do seu semelhante. Assista a retribuição da natureza com sentimento de culpa, pois como eu escrevo, a culpa é sua.
O que você faz para melhorar a saúde do planeta? O que faz para o bem da humanidade?
O tempo acabou. Faça tudo o que puder agora, pois amanhã já será tarde.
Havia tempo quando falava-se em derretimento das calotas polares, ou quando o assunto era o buraco na camada de ozônio. Nesta época havia tempo. E era pouco.
Havia tempo quando a mata atlântica era desmatada, quando árvores multicentenárias viravam carvão, quando a biodiversidade caminhava para o processo de extinção e a poluição envenenava nossos pulmões.
Quando as crianças morriam de fome e sede, e ditadores insanos ameaçavam a paz com suas fomentações de guerras e destruição, havia ainda algum tempo.
Há agora uma surpresa hipócrita diante das catástrofes globais. Um sentimento tosco de tristeza diante da realidade que se exibe faz séculos diante dos nossos olhos cegos de ganância e egocentrismo. Não há culpados quando todos estão errados.
O mundo está prestes a regurgitar em todos nós o veneno e a destruição que causamos desde as mais remotas eras. Não há mais rumores obscuros de perdição e fim do mundo. Há agora uma clara imagem distorcida pela dor, que mostra-se diante de nós como um fino manto translúcido.
O planeta vai mal. E a culpa é sua.
Não assista as imagens das catástrofes exibidas em sua televisão com sentimento de pena do seu semelhante. Assista a retribuição da natureza com sentimento de culpa, pois como eu escrevo, a culpa é sua.
O que você faz para melhorar a saúde do planeta? O que faz para o bem da humanidade?
O tempo acabou. Faça tudo o que puder agora, pois amanhã já será tarde.
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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Insegurança
Garota medrosa
Até aonde vão as intenções dele?
Ou será que ele possui alguma?
Ela disse: 'Ele realmente nunca olha para mim.'
'Eu já dei todas as oportunidades.'
Na sala do andar debaixo
Ele sentou e ficou observando.
'Nunca mais cometerei este erro novamente!'
---
Garoto medroso
A prudência nunca compensa
E tudo que ela deseja custa seu dinheiro.
Ele disse:'Mas ela nem mesmo gosta de mim.'
'E eu sei disso, pois ela mesma já falou.'
Na sala do andar debaixo
Ela sentou e ficou observando.
'Nunca mais cometerei esse erro novamente!'
(Tradução livre de Girl Afraid - The Smiths)
Até aonde vão as intenções dele?
Ou será que ele possui alguma?
Ela disse: 'Ele realmente nunca olha para mim.'
'Eu já dei todas as oportunidades.'
Na sala do andar debaixo
Ele sentou e ficou observando.
'Nunca mais cometerei este erro novamente!'
---
Garoto medroso
A prudência nunca compensa
E tudo que ela deseja custa seu dinheiro.
Ele disse:'Mas ela nem mesmo gosta de mim.'
'E eu sei disso, pois ela mesma já falou.'
Na sala do andar debaixo
Ela sentou e ficou observando.
'Nunca mais cometerei esse erro novamente!'
(Tradução livre de Girl Afraid - The Smiths)
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terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Havia espadas, havia flores e havia o fogo dos céus
Havia homens e seus cavalos, encobertos pela penumbra noturna que entremeava o miolo de um bosque. Homens cansados e com baixa-moral, todos com fome e seus medos, beirando o limite entre a razão e a loucura.
Havia mulheres, donzelas e senhoras. Mulheres escondidas em seus redutos, singelos casebres de fraca madeira e luz tremulante. Nas fogueiras os legumes coziam entre vapor e fumaça.
Havia o dragão - a besta de fogo. Ostentando sua enorme envergadura e seu poder de fogo, nada o intimidava. Era o retrato da glória de seus antepassados, que agora são astros celestes.
...
Os homens invadem a caverna no centro da floresta. Motivados apenas pelo desejo de reencontrar suas mulheres e viver suas vidas em paz, sem a sombra de medo da criatura ígnea. Alguns morrerão, senão todos.
As mulheres se deitam em seus leitos. Seus pensamentos trazem imagens de seus senhores, condenados ao cruel destino da morte de fogo. Seus olhares vão para suas crias, o que restará de seus amores.
O dragão aguarda ansioso pelo combate. Meros seres de carne em sua insignificância. O que serão eles diante a altivez dos senhores de fogo? Certamente o dragão aguarda por seu banquete, certo de que a vitória é garantida.
...
Havia espadas, havia flores e havia o fogo dos céus.
Havia mulheres, donzelas e senhoras. Mulheres escondidas em seus redutos, singelos casebres de fraca madeira e luz tremulante. Nas fogueiras os legumes coziam entre vapor e fumaça.
Havia o dragão - a besta de fogo. Ostentando sua enorme envergadura e seu poder de fogo, nada o intimidava. Era o retrato da glória de seus antepassados, que agora são astros celestes.
...
Os homens invadem a caverna no centro da floresta. Motivados apenas pelo desejo de reencontrar suas mulheres e viver suas vidas em paz, sem a sombra de medo da criatura ígnea. Alguns morrerão, senão todos.
As mulheres se deitam em seus leitos. Seus pensamentos trazem imagens de seus senhores, condenados ao cruel destino da morte de fogo. Seus olhares vão para suas crias, o que restará de seus amores.
O dragão aguarda ansioso pelo combate. Meros seres de carne em sua insignificância. O que serão eles diante a altivez dos senhores de fogo? Certamente o dragão aguarda por seu banquete, certo de que a vitória é garantida.
...
Havia espadas, havia flores e havia o fogo dos céus.
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Criatura
Crio coisas que mudam outras coisas. Crio coisas que de nada servem. Crio textos que executam textos, e estes servem ao seu propósito. Faço chover em 1024x768px, ou então apago tudo o que estiver aceso.
Sopro personalidade em tags vazias, só para ver a personalidade ser incorporada, usufruída e expurgada.
Milhões de possibilidades destruídas ao puxar uma tomada.
Sopro personalidade em tags vazias, só para ver a personalidade ser incorporada, usufruída e expurgada.
Milhões de possibilidades destruídas ao puxar uma tomada.
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