Vento frio da manhã pálida
Espanta o calor, sinto gelar os ossos
Como gelado de mergulho em oceanos
Depois de viagem por sendas áridas
Flores que secam e folhas secas
Esvoaçantes na brisa brava
Lágrima fina que antes molhava
A terra florida, agora preta
Árvore vistosa é despida, nua
Galhos magros e retorcidos
São como chifres desmedidos
Aos poucos exibidos em forma crua
(Vez por outra uma ave abandona
A morada de outrora, vazia, sem dona)
Eu me embriago no torpor do outono.