segunda-feira, 11 de julho de 2011

Remorso

Estive no topo
Olhando para baixo
Do alto sublime
Eu era o topo

E vi lá embaixo
Criatura sofrida
Que era você
Desfalecida

E me curvei
Em piedade
Prestando socorro
Com caridade

E te lancei as mãos
Erguendo tua existência
De ti fiz com cuidado
Criatura nova

Enérgica
E renovada de fato
E tudo tinhas
Pois retirava de mim

Nutria-se
Como erva-daninha

Por conta de teus caprichos
Eu caí
De rosto na terra
E pedras nos olhos

E de lá contemplei
Tua glória egoísta
Teu sarcasmo crescente
Insana e demente

Eu te vi escarnecer de mim
Por entre as minhas nuvens

Fechou minhas cortinas
Para esconder minha queda

Tolice
Jamais há derrota para o invencível

Ainda em terra hoje
Faço nutrir me em vingança
No aguardo do momento
Do retorno à bonança

Eu atingi o fundo do poço
Aprisionado em teu calabouço

E escapei.