sexta-feira, 11 de março de 2011

Aquilo
















Aquilo é o que mais me instigava
Não fazia barulho e quase falava
sem ruído rangia, mudo gritava

Aquilo me surpreendia
De olhos fechados a tudo assistia
por nada enxergar, quase tudo via

Aquilo de fato assustava
O doce perfume sem narinas inalava
na ausência de odores cheirava e cheirava

Aquilo sempre me preocupava
Buscando sabores tudo lambia
sem língua, sem boca, os gostos sentia

Aquilo em terror se mostrava
Moldando as formas sem tato tocava
não tinha membros e tudo abraçava

Aquilo de dia me dava medo
Aquilo de noite horror provocava