Eu sinto frio e torpor
Os meus olhos ardem
Sinto dor
As pessoas partem
Inundadas em terror
E remonto em escombros meu sofrimento
Já não há mais água
Ou alimento
Cheiro o gás de césio
Ao sabor do vento
Tudo o que havia está desmoronado
Todo um aprendizado
Agora soterrado
Toda uma cultura
Num fosso inundado
O medo nos olhos é minha rotina
E juntar meus mortos
A minha sina
Num momento catastrófico
Que nunca termina
Aos antepassados do Shinto uma oração se inclina:
Não se entregue
Ao futuro de Fukushima
A mesma dor
Do passado de Hiroshima.