É sob as pedras
Que me esfriam em sombra
Que eu me recolho
O que eu escolho
É observar o mundo
Por entre frestas
E é por estas
Que em noites frias
Eu me aqueço
Pois não mereço
Nem em devaneio
Carinho ou festas
Não tenho asas
Mas vôo longe
Na minha cabeça
E não te esqueças
Se me procuras
Logo me encontras
Pois entre as águas
Sou a criatura
Que a ti afoga
Como uma droga
Eu te transformo
Em pedras alvas
Foge e te salvas
Pois de perigo
Me alimento
E em teu último alento
Não hesitarei
Em destruir tuas sobras