Eu quebrei e soltei as peças
Dependuradas entre arames e fios
Os parafusos e porcas espalhados
Refletem a arquitetura vil
Da engrenagem que é falha e move
Entre os cacos do que era vidro
E o farelo do cinza acrílico
A energia que agora não corre
Exemplifica o curioso processo
Entre as réguas cegas, não meço
As fagulhas que surgem do motor
Que já não gira, agora solto
E cheira como algo ruim
Como tensão e ponto
Da solda eu estouro a liga
Parte a parte desmonto inteira
A peça que outrora em bloco
Movimentava a rasgada correia
Que agora de nada me serve
Como todo o resto do conjunto
Unicamente lixo disperso
Tudo em pedaços desajustados
E agora tudo faz sentido
Partindo do ponto final
Até a concepção do início
O projeto que me instigava
Agora absorvido já não me atrai
Exposto em seus cálculos reduzidos
Eu monto ao contrário
A construção do que quebro
Minha engenharia reversa