Continuar em frente
Mesmo com o frio da noite
E a chuva fina nos olhos
Para minha alma um açoite
Por entre vãos alagados
Continuar em frente
Com o peso de minhas armas
Mesmo estando cansado
Sob o sol escaldante
Ressecando minha pele
Continuar em frente
É a força que me impele
Dever cumprido é obrigação
Missão dada, missão aceita
Farei meu corpo decadente
Continuar em frente
Enquanto houver esperança
E mesmo sem nenhuma
Devo seguir e imponente
Continuar em frente
Muitos cairão ao meu lado
O fracasso não é aliado
Continuar em frente
Jamais ser derrotado
Pelo meu sangue e suor
Continuar em frente
Por aqueles que prezo
Por meu amor e meu teto
Continuar em frente
Nada me impedirá
Só a morte me intimida
Mas não me vencerá
segunda-feira, 25 de julho de 2011
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Son of the Sun
Dê-me areia e pedras
Abaixo do Sol escaldante:
Eu construirei tua pirâmide
Tudo que aprendi
Aprendi com você
E registrei com óleo escuro
Sobre a trama de papiro
Trançada por mãos imaculadas
Isentas de suor ou sangue
Os pilares de Karnak
Tracei com réguas invisíveis
E cálculos inimagináveis
Conhecimento distribuído
A tudo e a todos
Da imensa coroa de fogo
Eu recebi boa ventura
Contínua como Ouroboros
De amplitude infinita
As asas dos homens
Têm o comprimento das suas mentes
Abaixo do Sol escaldante:
Eu construirei tua pirâmide
Tudo que aprendi
Aprendi com você
E registrei com óleo escuro
Sobre a trama de papiro
Trançada por mãos imaculadas
Isentas de suor ou sangue
Os pilares de Karnak
Tracei com réguas invisíveis
E cálculos inimagináveis
Conhecimento distribuído
A tudo e a todos
Da imensa coroa de fogo
Eu recebi boa ventura
Contínua como Ouroboros
De amplitude infinita
As asas dos homens
Têm o comprimento das suas mentes
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Lúmen
Aquele brilho
Eu lembro bem
Fecho os olhos
E vejo também
De olhos fechados
Eu vejo tão bem
Faróis de automóveis
Lâmpadas incandescentes
Reflexos esparsos
Passados presentes
De olhos fechados
Eu vejo tão bem
Relâmpago nos céus
Lampejo de claridade
Rasgam o negro véu
Da minha insanidade
Eu lembro bem
Fecho os olhos
E vejo também
De olhos fechados
Eu vejo tão bem
Faróis de automóveis
Lâmpadas incandescentes
Reflexos esparsos
Passados presentes
De olhos fechados
Eu vejo tão bem
Relâmpago nos céus
Lampejo de claridade
Rasgam o negro véu
Da minha insanidade
terça-feira, 19 de julho de 2011
Bestial
É sob as pedras
Que me esfriam em sombra
Que eu me recolho
O que eu escolho
É observar o mundo
Por entre frestas
E é por estas
Que em noites frias
Eu me aqueço
Pois não mereço
Nem em devaneio
Carinho ou festas
Não tenho asas
Mas vôo longe
Na minha cabeça
E não te esqueças
Se me procuras
Logo me encontras
Pois entre as águas
Sou a criatura
Que a ti afoga
Como uma droga
Eu te transformo
Em pedras alvas
Foge e te salvas
Pois de perigo
Me alimento
E em teu último alento
Não hesitarei
Em destruir tuas sobras
Que me esfriam em sombra
Que eu me recolho
O que eu escolho
É observar o mundo
Por entre frestas
E é por estas
Que em noites frias
Eu me aqueço
Pois não mereço
Nem em devaneio
Carinho ou festas
Não tenho asas
Mas vôo longe
Na minha cabeça
E não te esqueças
Se me procuras
Logo me encontras
Pois entre as águas
Sou a criatura
Que a ti afoga
Como uma droga
Eu te transformo
Em pedras alvas
Foge e te salvas
Pois de perigo
Me alimento
E em teu último alento
Não hesitarei
Em destruir tuas sobras
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Tu
O toque de seda
Da sua pele
Muito me atrai
Com os cabelos
Da cor que todos os outros
Deveriam ter
Na silhueta perfeita
Que anseio percorrer
Com a palma das mãos
E perfume natural
Que impregna meus sentidos
De pura atração
É beleza que cega
Olhos incautos
De deslumbramento
E presença viciante
Que em leve ausência
Causa sofrimento
De certo não sei
O que da vida faria
Sem tê-la por perto
Sorte minha que a tenho.
Da sua pele
Muito me atrai
Com os cabelos
Da cor que todos os outros
Deveriam ter
Na silhueta perfeita
Que anseio percorrer
Com a palma das mãos
E perfume natural
Que impregna meus sentidos
De pura atração
É beleza que cega
Olhos incautos
De deslumbramento
E presença viciante
Que em leve ausência
Causa sofrimento
De certo não sei
O que da vida faria
Sem tê-la por perto
Sorte minha que a tenho.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Fulo
Proponha-me alguma coisa
Qualquer coisa
E eu negarei prontamente
E nada me peça
Pois de bom-grado
Nada ofereço
E das suas perguntas
Nenhuma respondo
Nem mesmo as ouço
Tudo o que dizes
Dizes em vão
Pois tudo ignoro
Nem mesmo os gestos
Estes eu evito
E os detesto
Se provocado
Não retrucarei nada
Ficarei calado
Pois só mereces o meu silêncio
E talvez nem este
Seja a ti ofertado
Se em milagre pudesse
Ouvir o que escrevo entoado
Então teria gritado
Só para ver contrariada
Tua face irritada
De susto tomado
Qualquer coisa
E eu negarei prontamente
E nada me peça
Pois de bom-grado
Nada ofereço
E das suas perguntas
Nenhuma respondo
Nem mesmo as ouço
Tudo o que dizes
Dizes em vão
Pois tudo ignoro
Nem mesmo os gestos
Estes eu evito
E os detesto
Se provocado
Não retrucarei nada
Ficarei calado
Pois só mereces o meu silêncio
E talvez nem este
Seja a ti ofertado
Se em milagre pudesse
Ouvir o que escrevo entoado
Então teria gritado
Só para ver contrariada
Tua face irritada
De susto tomado
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Remorso
Estive no topo
Olhando para baixo
Do alto sublime
Eu era o topo
E vi lá embaixo
Criatura sofrida
Que era você
Desfalecida
E me curvei
Em piedade
Prestando socorro
Com caridade
E te lancei as mãos
Erguendo tua existência
De ti fiz com cuidado
Criatura nova
Enérgica
E renovada de fato
E tudo tinhas
Pois retirava de mim
Nutria-se
Como erva-daninha
Por conta de teus caprichos
Eu caí
De rosto na terra
E pedras nos olhos
E de lá contemplei
Tua glória egoísta
Teu sarcasmo crescente
Insana e demente
Eu te vi escarnecer de mim
Por entre as minhas nuvens
Fechou minhas cortinas
Para esconder minha queda
Tolice
Jamais há derrota para o invencível
Ainda em terra hoje
Faço nutrir me em vingança
No aguardo do momento
Do retorno à bonança
Eu atingi o fundo do poço
Aprisionado em teu calabouço
E escapei.
Olhando para baixo
Do alto sublime
Eu era o topo
E vi lá embaixo
Criatura sofrida
Que era você
Desfalecida
E me curvei
Em piedade
Prestando socorro
Com caridade
E te lancei as mãos
Erguendo tua existência
De ti fiz com cuidado
Criatura nova
Enérgica
E renovada de fato
E tudo tinhas
Pois retirava de mim
Nutria-se
Como erva-daninha
Por conta de teus caprichos
Eu caí
De rosto na terra
E pedras nos olhos
E de lá contemplei
Tua glória egoísta
Teu sarcasmo crescente
Insana e demente
Eu te vi escarnecer de mim
Por entre as minhas nuvens
Fechou minhas cortinas
Para esconder minha queda
Tolice
Jamais há derrota para o invencível
Ainda em terra hoje
Faço nutrir me em vingança
No aguardo do momento
Do retorno à bonança
Eu atingi o fundo do poço
Aprisionado em teu calabouço
E escapei.
Explorador
Incansável
Com sua sede de conhecimento
Fomentando descobertas
Explorador
No achado de todo dia
O oculto é o teu guia
Somos diferentes
Como gotas de água e óleo
Destemido
Vasculhando todo um infinito
Revelando o que há de mais bonito
Audacioso
Correndo atrás do sucesso
Desvelando a poeira por baixo dos panos
Somos diferentes
Como gotas de água e óleo
Com sua sede de conhecimento
Fomentando descobertas
Explorador
No achado de todo dia
O oculto é o teu guia
Somos diferentes
Como gotas de água e óleo
Destemido
Vasculhando todo um infinito
Revelando o que há de mais bonito
Audacioso
Correndo atrás do sucesso
Desvelando a poeira por baixo dos panos
Somos diferentes
Como gotas de água e óleo
sábado, 9 de julho de 2011
Helianthus
Não lembro se estive de pé
E se estive, se caminhei
Porque pareço deitado
Mas meus pés tocam nuvens
Desenho traços irregulares
Sigo traçando
Com pena de aço
Que corta horizontes
E das coisas que eu gostava
A melhor era você
Mas isto era quando eu andava
De pés descalços no chão
Agora eu gosto do calor
Quando chegam os dias frios
Ou da chuva fina
Sob sol escaldante
Caminhei convosco
Pelas rotas humanas e banais
Eu olhei na vossa face
Mas não me reconhecestes
Vergonha!
Das coisas que eu gostava
Você não queria saber
Olha agora para o céu:
Eu sou o infinito sobre tua cabeça
Acima de tudo e de todos
Permaneço deitado pisando nas nuvens.
E se estive, se caminhei
Porque pareço deitado
Mas meus pés tocam nuvens
Desenho traços irregulares
Sigo traçando
Com pena de aço
Que corta horizontes
E das coisas que eu gostava
A melhor era você
Mas isto era quando eu andava
De pés descalços no chão
Agora eu gosto do calor
Quando chegam os dias frios
Ou da chuva fina
Sob sol escaldante
Caminhei convosco
Pelas rotas humanas e banais
Eu olhei na vossa face
Mas não me reconhecestes
Vergonha!
Das coisas que eu gostava
Você não queria saber
Olha agora para o céu:
Eu sou o infinito sobre tua cabeça
Acima de tudo e de todos
Permaneço deitado pisando nas nuvens.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
O enforcado
Boas ações não precisam ser minimamente planejadas
Boas intenções não garantem satisfação mútua
Eu cuido de você como se fosse única
Submersa em amor
Minhas asas são curtas e tortas
Mas carregarei sua presença brilhante
O mais alto que puder alcançar
E alcançarei as estrelas
Não faça promessas
Nem julgamentos
Eu acredito nos seus olhos
E no reflexo da sua alma
E quando em lágrima navego
Busco apenas teu afago
Mesmo sem nunca tê-lo sentido
Ou talvez nunca tê-lo notado
Isolado de qualquer desejo ou ambição
Eu cuido de você como se fosse única
Submersa em amor
Boas intenções não garantem satisfação mútua
Eu cuido de você como se fosse única
Submersa em amor
Minhas asas são curtas e tortas
Mas carregarei sua presença brilhante
O mais alto que puder alcançar
E alcançarei as estrelas
Não faça promessas
Nem julgamentos
Eu acredito nos seus olhos
E no reflexo da sua alma
E quando em lágrima navego
Busco apenas teu afago
Mesmo sem nunca tê-lo sentido
Ou talvez nunca tê-lo notado
Isolado de qualquer desejo ou ambição
Eu cuido de você como se fosse única
Submersa em amor
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Ricetta d'Amore
Come sarebbe il miglore modo d’amare,
Di quale maniera cultivare l'emozioni?...
Su la stanchezza delle mie desillusioni,
Una ricetta d’amore sono andato a cercare.
In che consiste l’amore certo, ideale?...
Nella poesia, le risposte ho cercato,
Nei miei tronchi di antichi casi ho rovesciato,
Per concludere che debba essere essenziale,
Infinito, molto forte in grandezza,
Impeccabile, raro e dolce – in purezza
Esemplare, appogiato in lealtà,
Gerare desideri, eterna fonte di passione,
Nave serena in mare di comprensione,
A flutuare in onde di felicità...
(Oriza Martins)
Di quale maniera cultivare l'emozioni?...
Su la stanchezza delle mie desillusioni,
Una ricetta d’amore sono andato a cercare.
In che consiste l’amore certo, ideale?...
Nella poesia, le risposte ho cercato,
Nei miei tronchi di antichi casi ho rovesciato,
Per concludere che debba essere essenziale,
Infinito, molto forte in grandezza,
Impeccabile, raro e dolce – in purezza
Esemplare, appogiato in lealtà,
Gerare desideri, eterna fonte di passione,
Nave serena in mare di comprensione,
A flutuare in onde di felicità...
(Oriza Martins)
terça-feira, 5 de julho de 2011
Shards of my mirror
I've been so selfish and proud of my ignorance
There's nothing a man can do to taste freedom
Nothing that's really worthy
I keep my secrets from everyone because I'm ashamed
What have I done to the world?
Please be gentle with children!
You ask me:
Is there any final wish to a condemned man?
I ask you:
When did mankind turn it's wisdom into madness?
I close my eyes quickly to wait for the right moment
Inertia made my legs weak
I shed a tear while you
Played a piano requiem for our final hour
There's nothing a man can do to taste freedom
Nothing that's really worthy
I keep my secrets from everyone because I'm ashamed
What have I done to the world?
Please be gentle with children!
You ask me:
Is there any final wish to a condemned man?
I ask you:
When did mankind turn it's wisdom into madness?
I close my eyes quickly to wait for the right moment
Inertia made my legs weak
I shed a tear while you
Played a piano requiem for our final hour